A impressão botânica ou ecoprint consiste na extração e fixação de ranhuras, texturas e pigmentos de plantas em tecidos e papéis de fibra natural. A técnica nasceu pelas mãos da artista India Flint por volta de 1990 através de coloração de ovos de pascoa com plantas tintórias.
O trabalho é pautado no ritmo natural, onde as plantas nos mostram o caminho a ser seguido. Seus ciclos próprios de crescimento, floração e frutificação; a parte da planta utilizada (variando entre raízes, cascas, folhas ou flores) e os movimentos lunares e solares são fatores que conduzem o fazer.
Conhecendo as etapas para entregar uma peça estampada com plantas:
Purga. No primeiro momento os tecidos sofrem um processo de limpeza chamado purga, que consistente em uma fervura para limpar qualquer impureza, gorduras e goma que possam estar nas fibras.
Estando limpos são preparados com uma mistura de ingredientes pouco agressivos que reagirão com as plantas e fixarão seu pigmento.
Coleta.Tudo pronto para então fazer a coleta das plantas tintórias dos arredores, pegando apenas o suficiente.
Curiosidade. Há muitas plantas tintórias conhecidas, e muitas delas já usadas no tingimento natural podem ser usadas secas, como é o caso da casca de cebola, das folhas de eucalipto e das flores de tajete. No entanto como no ecoprint o pigmento é mais um elemento, a variedade de plantas que estampam aumenta, e muitas delas precisam ser usadas frescas, para conseguirmos os contornos e ranhuras originais.
Criação. As estampas nascem no processo e no momento, esticamos a peça já preparada, posicionamos as plantas, enrolamos em um cano e amarramos bem firme.
Procuramos usar do ciclo lunar e dos ciclos naturais de cada planta à favor da criação, e assim guiamos nossa produção.
Caldeirão. Tudo pronto, os rolos vão para a panela ferver no vapor ou submersos por 40min-1h. No dia seguinte serão abertos e colocados para secar à sombra.
Abertura. É nesse momento que a alegria transborda, abrimos os rolos e peça a peça vamos retirando as plantas e vendo o resultado.
Finalização. Após secos são passados com ferro para melhorar a fixação. Por último todas as peças são lavadas e torcidas à mão, para uma melhor conservação da estampa e do tecido.
Cuidados.Os sabões usados para lavar roupas, e o próprio movimento de centrífuga da máquina de lavar danificam toda e qualquer peça, encurtando sua vida útil. As peças estampadas e pigmentadas com plantas utilizam fixação pouco agressiva(não-industrial) por isso são peças delicadas e que precisam ser lavadas à mão, com sabão neutro(sabão de coco não é sabão neutro) e secadas à sombra.
Resultados. Cada estampa é única e mesmo com o domínio da técnica, a magia reside na surpresa do que não pode ser controlado. Com olhar atento elas podem nos revelar sempre uma nova perspectiva, e até lembrar outras facetas da natureza.
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